A sigla ESG está cada vez mais aparente em entrevistas, webinars e artigos, e isso é muito bom. Em português a sigla significa: ambiental (environment), social e governança (governance) e trata-se de um índice que avalia as operações das empresas nestes três parâmetros de sustentabilidade, oferecendo mais transparência aos investidores.
Mas o que isso tem a ver com propósito? Tudo, e vou te explicar o porquê.
De acordo com um estudo da Harvard Business School, as empresas que apresentam alta sustentabilidade também têm um desempenho melhor quando considerado as taxas de retorno contábil, como, por exemplo, retorno sobre patrimônio líquido (ROE) e retorno sobre ativos (ROA). Isso mostra que a visão “tenho um negócio com impacto sustentável OU tenho ganho financeiro” é uma premissa que precisa ser desconstruída. Ao trocarmos o OU pelo E, chegamos no ponto: tenho um negócio com impacto sustentável E tenho ganho financeiro, e aí esbarramos na definição do termo “negócios de impacto”, que nada mais é: iniciativas que além de proporcionar o resultado esperado do seu negócio, geram impacto social e/ou ambiental positivo.
Agora, pense em uma empresa que você conheça que tenha o “E” no modo de fazer negócios. Qual a sua opinião sobre esta empresa? Se comparada, com outra que esteja na premissa do “OU”, qual você acredita que terá sucesso no futuro, imaginando que temos uma geração cada vez mais preocupada e ativa em quesitos socioambientais? E a sua empresa, está mais para “OU” / “E”?
Quando penso nos diversos problemas complexos que temos, como habitação, saneamento, acesso à alimentação, desmatamento, entre outros, vejo como parte da solução as empresas com propósito, que saem do viés apenas assistencial e com o impacto do seu negócio, geram valores positivos para a sociedade. Neste contexto de impacto, temos exemplos interessantes, como a iniciativa Housingpact, que reuniu diversas empresas com a missão de apoiar startups para tratar problemas de habitação para população de baixa renda. Um exemplo é o grupo Natura&CO, que anunciou um alto investimento para ajudar a preservar a Amazônia. Um outro tema que enxergo como um potencial de impacto, é o novo marco regulatório do saneamento (PL 4.162/2019), que entre as mudanças propostas, amplia a participação da iniciativa privada no setor, aquecendo a geração de investimentos e inovações em saneamento, que por consequência, poderá trazer impacto positivo na vida das pessoas.
Para quem ainda acredita que negócios com propósito são abstratos e de difícil difusão, a BlackRock, maior gestora de fundos de investimentos do mundo, integrou em sua estratégia de gerenciamento de riscos, a sustentabilidade. Mais recentemente, o Bradesco Asset Management anunciou a criação de um ranking para identificar as empresas de seu portfólio que mais investem de acordo com as melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
Estamos em uma fase cheia de mudanças, onde diversos valores sociais e ambientais estão sendo revistos pela sociedade e pelas empresas, que contam com consumidores que buscam ser cada vez mais conscientes, o que faz marcas irem atrás de oportunidades nos temas sociais e ambientais, traçando uma estratégia efetiva de sustentabilidade.
Gostaria de saber mais sobre estratégias e governança de Sustentabilidade? Nossa equipe da Fundação Espaço ECO pode te apoiar!
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