Pelo impacto nas mudanças climáticas, as emissões de carbono e outros gases de efeito estufa (GEE) devem ser mensuradas, geridas, reportadas e reduzidas, conforme compromissos firmados na Conferência das Partes da ONU.
Em virtude do Acordo de Paris e de outras políticas públicas, as organizações empresariais, por representarem mais da metade das emissões, tornaram-se os principais destinatários das medidas de redução de GEE.
Dessa forma, vê-se um movimento das empresas em considerarem os rótulos de carbono ou rotulagem climática como uma ferramenta de diálogo, à medida que clientes, investidores e reguladores estão cada vez mais interessados em saber o que acontece dentro delas, como os produtos são desenvolvidos, como tratam os funcionários e quais os impactos das operações e serviços na sociedade e no meio ambiente.
Neste contexto, a rotulagem climática pode ser considerada uma tendência ou uma realidade? A resposta correta seria as duas opções. Em alguns países, como a Suécia e a Dinamarca por exemplo, ela está em desenvolvimento ou implementação. Na Inglaterra, a produtora de substituto de carne Quorn já lançou rótulos sustentáveis em 60% de seus produtos em 2020.
Rotulagem climática ou rotulagem de carbono é a prática de divulgar a pegada de carbono do produto na própria embalagem. Isto é, é o compartilhamento por meio do rótulo da quantidade total de gases de efeito estufa (GEE) emitido por aquele produto direta ou indiretamente em todo o seu ciclo de vida.
Aqui no Brasil, a empresa Nude, que fabrica bebidas à base de aveia orgânica, é uma das marcas pioneiras nessa prática, mas não é a única. Integram essa lista a Cerveja Praya (primeira cervejaria do país carbono neutro), a Pantys (calcinhas absorventes reutilizáveis, biodegradáveis e carbono neutro para o período de menstruação) e a Logitech (empresa de equipamentos de tecnologia que classificou seu portfólio por meio da Avaliação de Ciclo de Vida e rotula seus produtos com a pegada de carbono respectiva).
A certificadora Carbon Trust realizou uma pesquisa em 2020 para analisar a aceitação da medida pelo consumidor. Os resultados evidenciam que dois terços dos entrevistados (clientes da França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos) são favoráveis à comunicação, bem como 64% passariam enxergar uma marca de forma positiva.
Para as empresas obterem o valor da sua pegada de carbono (a medida-base estampada na maioria dos rótulos é kg de CO2 equivalente), elas necessitam estabelecer um processo de autoavaliação e compreensão dos impactos gerados à medida que fabricam, distribuem, usam e dispõem esse produto ao fim da vida útil, visando a melhoria contínua e implementação de novas tecnologias.
Portanto, a rotulagem climática é um meio e não o fim. E veio para ficar. Cabe a nós, quanto empresa ou indivíduo, estarmos mais atentos aos riscos e embarcarmos no movimento #MostreSuaPegada, lançado pela Nude e que convida os consumidores e outras organizações a monitorarem e comunicarem o seu impacto ambiental.
De forma coerente com nosso discurso e propósito, elaboramos um estudo interno para o cálculo, análise, precificação e compensação das emissões de carbono da Fundação. Assim, a cada projeto realizado por nós anualmente, plantamos o montante de sete árvores para compensar nossas emissões
Por fim, o que você acha de embarcar nessa jornada?
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