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Qual é a diferença entre cosméticos orgânicos, veganos e naturais?

Cada vez mais a sustentabilidade está presente no dia a dia das pessoas e, direta ou indiretamente, influenciando suas escolhas por produtos e serviços que agridam menos o meio ambiente, que promovam o bem-estar e a saúde das pessoas e que sejam economicamente viáveis. Este olhar não é diferente quando falamos de cosméticos. É crescente a procura dos consumidores por produtos mais naturais, orgânicos ou veganos. Uma pesquisa realizada em 2019 pela Mintel, a principal agência de inteligência de mercado do mundo, com consumidores brasileiros, mostra que 22% dos consumidores pagariam mais por marcas mais sustentáveis. E 51% dos brasileiros que utilizam produtos éticos/naturais o fazem porque sentem que estão ajudando o meio ambiente.

No entanto, existe muita confusão entre os termos naturais, orgânicos e veganos, por isso, é preciso esclarecer  suas diferenças e principais atributos.

Os cosméticos naturais são aqueles que possuem matérias-primas naturais em sua formulação, alguns fabricantes costumam informar qual o ingrediente natural e sua proporção no produto. Os orgânicos também possuem matérias-primas naturais, mas, para serem considerados orgânicos, precisam conter ingredientes provenientes da agricultura orgânica certificada e passam por um processo de certificação do produto final. Já os cosméticos veganos, são aqueles que não contém ingredientes de origem ou exploração animal, tão pouco podem ser testados em animais

Parece simples, mas não é. Além destas diferenças básicas, existem alguns requisitos estabelecidos pelas principais referenciais para cosméticos naturais e orgânicos para assegurar que o consumidor tenha mais clareza sobre o que está adquirindo. No caso dos naturais e orgânicos, além das proporções de ingredientes, eles também devem observar a lista de ingredientes banidos (proibidos) em cosméticos orgânicos e naturais certificados:

corantes sintéticos, fragrâncias sintéticas, derivados de propileno, amônia, silicone, conservantes sintéticos, dietanolamidas, derivados de petróleo, OGM – geneticamente modificados, provindas de sofrimento de animais e/ou testados em animais.

Os principais referenciais e certificações que estabelecem padrões internacionais para que um produto possa ser certificado como cosméticos naturais, orgânicos ou veganos são:

Naturais e Orgânicos

  • Cosmos, referencial europeu privado desenvolvido conjuntamente por outros cinco organismos internacionais (BDIH, na Alemanha, Cosmebio, Ecocert na França, o ICEA na Itália e a Soil Association na Grã-Bretanha) para cosméticos Naturais e Orgânicos. No Brasil a principal certificadora deste referencial é a ECOCERT.
  • Natrue é uma organização Belga que também desenvolveu um referencial para cosméticos Naturais e Orgânicos e, no Brasil é avaliado e certificado pelo Instituto Biodinâmico – IBD.
  • ISO16128-1 e 2 que estabelece um guia com orientações e recomendações para a formulação e caracterização de um produto natural ou orgânico, mas não é uma certificação. Neste caso, a empresa pode usar os critérios e fazer um selo autodeclaratório informando o índice de naturalidade ou ingredientes orgânicos presentes em seu produto.

As principais diferenças entre estes três referenciais estão nos critérios para estabelecer a concentração de ingredientes na formulação, sendo o padrão ISO 16128 menos restritivo, em relação a Cosmos e IBD/Natrue. Os padrões Cosmos e Natrue também apresentam recomendações para adoção de processos de produção e manufatura ambientalmente corretos e seguros para a saúde humana, uso de embalagens biodegradáveis ou recicláveis e não adotar testes em animais.

Veganos

  • The Vegan Society Trademark, organização que criou o conceito de Veganismo e estabeleceu a primeira certificação para produtos veganos no mundo, no Brasil a ONG Veganismo Brasil é uma das certificadoras deste referencial.
  • Sociedade Brasileira Vegetariana (SVB) estabelece critérios e certifica produtos veganos em geral, incluindo cosméticos.

Os veganos não possuem grandes diferenças, pois ambos consideram a não existência de ingredientes de origem animal. Os testes em animais também não são permitidos nas etapas de desenvolvimento do produto ou dos ingredientes. Além disso,  não é permitida a presença de nenhum ingrediente, produto ou subproduto de origem animal, mesmo que estando ausente no produto finalizado, durante o processo de fabricação.

Atualmente, muitos produtos estão sendo comercializados com algum selo informando que o produto é natural, orgânico e/o vegano. Nestes casos, chamamos de selos autodeclaratório, ou seja, não passaram por um processo de certificação de algum referencial, como os citados nesse artigo, e não há nenhum problema nisso, desde que o fabricante informe, seja na embalagem ou em seu website, qual a composição do seu produto e o porquê está o classificando assim.

Como forma de auxiliar os fabricantes cosméticos a se posicionarem no mercado frente à tendência dos naturais, a BASF criou uma calculadora de vegetalização que obedece a critérios específicos e auxilia o pesquisador a calcular o índice de vegetalização final da formulação, possibilitando ao fabricante uma comunicação eficaz e direcionada ao consumidor final.

Salientamos que, empresas sérias, que buscam alguma certificação ou rotulagem para seu produto,  geralmente são empresas em que o assunto sustentabilidade não é apenas um atributo de marketing, já que um processo de certificações é complexo, demorado e custoso, e também envolve a avaliação de  boas práticas ambientais, de saúde e segurança dos colaboradores no processo produtivo e cadeia de valor. Além disso, buscam alternativas de ecodesign da embalagem, pensando também no pós consumo, afinal, um produto como este, com tantos atributos de sustentabilidade, merece uma embalagem que respeite os mesmos critérios. Não é mesmo!?

Salientamos que, empresas sérias que buscam alguma certificação ou rotulagem para seu produto,  geralmente são empresa em que sustentabilidade não é apenas um atributo de marketing já que um processo de certificações são complexos, demorados e custosos, onde também são avaliadas as boas práticas ambientais, de saúde e segurança dos colaboradores no processo produtivo e cadeia de valor. Além disso, buscam alternativas de ecodesign da embalagem, pensando também no pós consumo, afinal, um produto como este, com tantos atributos de sustentabilidade merece uma embalagem que respeite os mesmos critérios. Não é mesmo!?