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Plásticos nos oceanos: de quem é a culpa?

O mundo está sendo inundado pelo lixo plástico. Foi assim que o secretário da ONU, António Guterres, descreveu a situação alarmante sobre o descarte incorreto desse resíduo. Para se ter uma ideia, materiais de plástico e restos de cigarro representam mais de 90% dos resíduos encontrados no ambiente marinho brasileiro, segundo diagnóstico divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

Para reduzir o consumo do plástico, foram criadas na cidade de São Paulo leis de banimento de descartáveis. Medidas que, a meu ver, tentam tapar o sol com a peneira, pois não trouxeram resultados para a diminuição dos plásticos nos ambientes urbano, marinho ou costeiro. Simplesmente, por um período, colocaram os plásticos no holofote, mas logo o tema caiu no esquecimento.

E continuaria assim se não fosse a pandemia que reacendeu a discussão. Com a Covid-19, a mídia voltou a registrar o aumento no número de resíduos plásticos no ambiente costeiro. Principalmente, embalagens de viagem para alimentos e máscaras descartáveis: materiais recomendados para a minimização de contágio da Covid-19, que resultaram no aumento em mais de 10% da geração de resíduo domiciliar.

Por este motivo, inicia-se o questionamento sobre por qual motivo este material chega aos oceanos. Seria pura e simplesmente porque utilizamos eles em larga escala?  Estima-se, segundo um estudo publicado pela revista Science Advances, em 2017, que 8,9 bilhões de toneladas de plásticos virgens ou recicláveis foram fabricados desde o século passado no mundo, sendo que, em 2016, o Brasil foi o quarto maior produtor de resíduos plásticos.

Ou os plásticos chegam aos oceanos por existir uma coleta seletiva pouco eficiente? De acordo com o estudo de 2018, da maior parte dos resíduos plásticos gerados no país, apenas o equivalente a 29% dos resíduos plásticos foi destinado para reciclagem.

A razão pode estar na pouca existência de programas de logística reversa, pois, de acordo com estudos do Instituto Ilos divulgado em 2012, 40% das empresas brasileiras não possuíam programas relacionados à logística reversa.

Ou ainda pelo fato das ações educativas e de conscientização ambiental serem pouco plurais.

O fato é: o material não chega sozinho aos rios, oceanos e praias. Alguém o colocou lá. Acredito que esse resultado seja uma combinação de todos os fatores mencionados acima.

A nossa contribuição para melhora ou piora do cenário está ligada diretamente ao gerenciamento consciente das nossas escolhas. Escolhas essas vinculadas aos nossos hábitos diários de consumo, uso e descarte, mas também na busca por melhores práticas de compras e destinação pós-consumo.

Para apoiar as pessoas no cálculo do seu impacto e na criação de consciência crítica sobre suas escolhas, a Merck disponibilizou uma calculadora que dimensiona sua pegada de geração de microplásticos e mostra que sua contribuição esta ligada a inúmeros fatores e aspectos do dia a dia. Você encontra a calculadora neste link.

Por isso, em tempos de pandemia ou não, a oportunidade de construir novos hábitos e mudar comportamentos bate a nossa porta. Pensar e refletir sobre a nossa forma de produção, consumo e disposição dos resíduos, isto é, no ciclo de vida do material, é fundamental para cada vez mais se avançar casas no jogo do estabelecimento de uma economia mais circular.

Agora, pergunto a você: qual a cultura que sua empresa deseja levar adiante? Que impacto a sua organização quer promover no mundo? Qual a sua visão de futuro? Compartilhe e faça seus comentários ou me mande uma mensagem. 😊