Após 2 longos anos de pandemia, quando finalmente achávamos que teríamos um ano de reencontros e fortalecimento das relações, o mundo se depara com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Esses eventos, para além da tragédia da perda de muitas vidas humanas, impactaram os mercados globais, desestabilizando as cadeias de suprimento e consequentemente, as economias do mundo todo, fortemente dependentes da importação de matérias-primas e insumos energéticos. Mas o que podemos analisar disso, sob uma perspectiva de sustentabilidade?
Primeiro, os sucessivos lockdowns impostos na tentativa de conter o alastramento do vírus da COVID-19 contraiu o mercado internacional. Por um lado, diversas fábricas ficaram paradas por escassez de matérias-primas importadas, pois o comércio internacional se viu afetado pelo fechamento de portos e aeroportos, por outro, o fechamento das economias freou o consumo, o que diminuiu a demanda por diversos produtos.
Após sucessivas ondas de contágio nos últimos 2 anos, quando a variante Ômicron, por sua elevada transmissibilidade, porém menor letalidade, fez com que países e empresas relaxassem suas medidas de restrição de circulação, a guerra entre Rússia e Ucrânia voltou a impactar as cadeias de suprimento globais, por uma restrição de oferta e consequente aumento dos preços de diversos produtos exportados por esses países, como derivados de petróleo e gás natural. Esse impacto se deu não só para insumos energéticos, mas também está pressionando outros setores da economia como a agricultura mundial, já que Rússia e Ucrânia são grandes produtores de insumos e commodities agrícolas, como fertilizantes e trigo, respectivamente.
No Brasil há uma preocupação de todo o setor do agronegócio tendo em vista a forte dependência da nossa produção agrícola de fertilizantes importados desses dois países: de acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos, mais de 80% dos fertilizantes consumidos no Brasil são importados (ANDA, 2019), grande parte da Rússia. Essa alta dependência de um insumo produzido a milhares de quilômetros de distância também se reflete no preço final da produção, pois os custos logísticos tem impacto significativo. Apenas para dar um exemplo, no estado do Mato Grosso, maior consumidor de fertilizantes do país, o preço desses insumos já correspondia por cerca de 30% do custo de produção dos grãos em 2019 (ANDA, 2019).
Fica, portanto, cada vez mais clara a importância da gestão da cadeia de valor para que os negócios se tornem cada vez mais resilientes a impactos decorrentes de eventos como guerras, pandemias e outros eventos que dificilmente se costuma identificar sua ocorrência, por serem de baixa probabilidade, porém de altíssimo impacto sobre os negócios.
Cadeia de Valor & Economia Circular
Muito atenta aos aspectos de sustentabilidade e reputação da marca, a divisão de Novos Negócios da JBS anunciou a criação da Campo Forte Fertilizantes, que irá produzir insumos orgânicos, organominerais e especiais a partir de resíduos gerados por operações do próprio grupo. A nova fábrica terá capacidade para produzir cerca de 150 mil toneladas de insumos orgânicos por ano.
Como maior produtora de proteína animal do mundo, as operações da JBS geram grandes quantidades de resíduos orgânicos – as fezes desses animais. Esses resíduos podem ser um custo adicional pois precisam ser tratados e dispostos adequadamente para evitar contaminação do solo e dos recursos hídricos. Além disso, a decomposição desse esterco emite grandes quantidades de gases de efeito estufa para a atmosfera. Utilizando a lógica da Economia Circular, a companhia está transformando um resíduo em um novo produto, ou seja, transformando o que antes era um custo em fonte de novas receitas, ao mesmo tempo em que reduzirá sua pegada de carbono: a JBS tem como meta se tornar carbono neutro até 2040.
Vemos então que as empresas do agronegócio que não tinham mapeado o risco de um desabastecimento de fertilizantes e que não começaram a buscar fornecedores alternativos podem estar em uma situação bastante complicada nesse momento, enquanto aqueles que começaram a olhar para seus riscos e impactos ambientais de forma estratégica, serão menos afetados.
Como as empresas podem se preparar para esses cenários adversos?
O primeiro passo é ter o mapeamento da sua cadeia de valor para entender quais são/serão os temas materiais para as empresas. A forma mais assertiva de realizar este procedimento é ouvindo de seus stakeholders, suas partes interessadas internas e externas, quais as questões mais relevantes e quais os maiores riscos que eles enxergam.
Uma forma de monitorar a percepção das partes interessadas é por meio de uma metodologia denominada HotSpot Analysis, ou “Análise dos pontos quentes” , que consiste em:
- > Identificar e priorizar preocupações e demandas relacionadas a um setor, empresa, produto ou marca;
- > Combinar uma análise da literatura com questionários e entrevistas com stakeholders de uma determinada cadeia de valor;
- > Encontrar os gaps (lacunas) e definir planos de ações de melhoria.
A Fundação Espaço ECO atua na elaboração de estudos de percepção e diagnóstico utilizando esta metodologia, que auxilia a mapear os interesses e principais riscos da cadeia de valor. A partir de sua identificação, esses riscos podem ser acompanhados e minimizados por meio da identificação de hot topics que apoiarão na estratégia de sustentabilidade das empresas.
A metodologia EcoVadis também é muito utilizada pelas indústrias tanto para se autoavaliarem quanto para avaliarem seus fornecedores, apoiando sua estratégia de compras sustentáveis. Por meio de uma metodologia reconhecida internacionalmente, a EcoVadis avalia 21 critérios de sustentabilidade que perpassam todo o ciclo de vida dos produtos, levando em consideração problemas que podem ocorrer não apenas com fornecedores diretos, mas também fornecedores de 2º ou 3º nível (EcoVadis, 2020).
Com relação a avaliação de fornecedores, a Fundação Espaço ECO também pode apoiar na elaboração de um questionário avaliativo considerando critérios de sustentabilidade e as dimensões de ESG (dimensões ambientais, sociais e de governança). Nosso diferencial é que cocriamos em conjunto com as empresas esta avaliação e a transformamos em uma ferramenta digital e automatizada, facilitando a interação com fornecedores, trazendo mais transparência, maior e melhor rastreabilidade das informações, centralização e visão ampliada da coleta de dados, otimizando tempo e esforço na captura de respostas.
Por meio desta captura de dados importantes e de alta relevância para sua gestão, é possível identificar oportunidades de parcerias e também de ofertas, a partir de análises qualitativas, de produtos e serviços para gerar oportunidades de negócio e suportar o fornecedor em categorias em que ele se encontra defasado. A adesão desta ferramenta tecnológica e inovativa facilita a criação de indicadores e parâmetros para análise de riscos e oportunidades e para qualificar o desempenho de fornecedores estratégicos dentro dos critérios de mercado sustentável.
O primeiro passo é ter o mapeamento da sua cadeia de valor para entender quais são/serão os temas materiais para as empresas. A forma mais assertiva de realizar este procedimento é ouvindo de seus stakeholders, suas partes interessadas internas e externas, quais as questões mais relevantes e quais os maiores riscos que eles enxergam.
Uma forma de monitorar a percepção das partes interessadas é por meio de uma metodologia denominada HotSpot Analysis, ou “Análise dos pontos quentes” , que consiste em:
- Identificar e priorizar preocupações e demandas relacionadas a um setor, empresa, produto ou marca;
- Combinar uma análise da literatura com questionários e entrevistas com stakeholders de uma determinada cadeia de valor;
- Encontrar os gaps (lacunas) e definir planos de ações de melhoria.
A Fundação Espaço ECO atua na elaboração de estudos de percepção e diagnóstico utilizando esta metodologia, que auxilia a mapear os interesses e principais riscos da cadeia de valor. A partir de sua identificação, esses riscos podem ser acompanhados e minimizados por meio da identificação de hot topics que apoiarão na estratégia de sustentabilidade das empresas.
A metodologia EcoVadis também é muito utilizada pelas indústrias tanto para se autoavaliarem quanto para avaliarem seus fornecedores, apoiando sua estratégia de compras sustentáveis. Por meio de uma metodologia reconhecida internacionalmente, a EcoVadis avalia 21 critérios de sustentabilidade que perpassam todo o ciclo de vida dos produtos, levando em consideração problemas que podem ocorrer não apenas com fornecedores diretos, mas também fornecedores de 2º ou 3º nível (EcoVadis, 2020).
Com relação a avaliação de fornecedores, a Fundação Espaço ECO também pode apoiar na elaboração de um questionário avaliativo considerando critérios de sustentabilidade e as dimensões de ESG (dimensões ambientais, sociais e de governança). Nosso diferencial é que cocriamos em conjunto com as empresas esta avaliação e a transformamos em uma ferramenta digital e automatizada, facilitando a interação com fornecedores, trazendo mais transparência, maior e melhor rastreabilidade das informações, centralização e visão ampliada da coleta de dados, otimizando tempo e esforço na captura de respostas.
Por meio desta captura de dados importantes e de alta relevância para sua gestão, é possível identificar oportunidades de parcerias e também de ofertas, a partir de análises qualitativas, de produtos e serviços para gerar oportunidades de negócio e suportar o fornecedor em categorias em que ele se encontra defasado. A adesão desta ferramenta tecnológica e inovativa facilita a criação de indicadores e parâmetros para análise de riscos e oportunidades e para qualificar o desempenho de fornecedores estratégicos dentro dos critérios de mercado sustentável.
Em se tratando de estudos quantitativos, a metodologia de Avaliação do Ciclo da Vida (ACV) considera os aspectos ambientais das entradas e saídas de cadeias de valor completas, desde o fornecimento de matérias-primas até seu descarte (escopo do berço ao túmulo), ou em alguns casos, até sua reinserção na cadeia reciclagem (ciclo circular, escopo do “berço ao berço”). Esses estudos são particularmente úteis pois calculam tanto quais os aspectos ambientais mais significativos de um processo ou produto, quanto em qual etapa do ciclo de vida (se nos fornecedores, na etapa de produção, na fase de uso ou descarte) há maior impacto ambiental.
Já a pegada de carbono e pegada hídrica são estudos mais direcionados aos aspectos de emissão de Gases de Efeito Estufa e consumo de recursos hídricos, respectivamente, que estão incluídos na metodologia de ACV, mas podem ser analisados separadamente, ajudando as empresas a identificarem em qual etapa da cadeia de valor há maior emissão de gases de efeito estufa ou consumo de água, e então a focar em ações de melhoria para a etapa do ciclo de vida que mais contribui em termos de impactos, e onde portanto, pode haver reduções significativas.
A Fundação Espaço ECO pode ajudar a sua empresa a desenvolver todos esses diferentes tipos de estudos, tanto qualitativos quanto quantitativos, considerando as particularidades da sua empresa e setor.
Existe um ditado popular que diz: “Seu negócio é tão forte quanto o elo mais fraco da sua cadeia”. Em um cenário tão instável quanto o atual, o mapeamento da cadeia de valor e dos potenciais riscos de cada elo nunca foi tão vital para o desempenho e longevidade das empresas.
Como a sua empresa está fazendo gestão da sua cadeia de valor? Ela está se preparando para responder de forma resiliente a esse futuro cada vez mais imprevisível?
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