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O impacto da sigla ESG nas organizações.

O impacto da sigla ESG nas organizações.

Apesar do cenário pandêmico permanecer, surgem novos debates e reflexões sobre pautas relacionadas a negócios, saúde, meio ambiente, diversidade. Entre estas novas conversas, desponta a sigla ESG (environmental, social, governance) – termo em inglês que fortalece um conceito largamente discutido até então como “sustentabilidade’. Essas temáticas assumem visibilidade mediante a credibilidade com que o mercado financeiro aborda insistentemente.

Embora o debate sobre ESG seja relativamente recente aqui no Brasil, a questão já está em evidência há tempos e vem transformando o mundo das finanças nos últimos anos. O termo surgiu pela primeira vez em uma publicação chamada “Who Cares Win”, com a finalidade de traduzir aos investidores e lideranças a necessidade de aliar comprometimento de governança corporativa com impactos sociais e ambientais.

Vale lembrar que em janeiro deste ano, Larry Fink, CEO da BlackRock, a maior gestora de ativos, publicou carta direcionada aos investidores de todo mundo. O conteúdo traz  questões ambientais como, os avanços ao combate as mudanças climáticas. Com um discurso pautado em estudos realizados pela BlackRock, a publicação aponta para a antecipação de cenários e previsões sobre reconfiguração financeira e realocação de capital. Também afirma que essa mudança “tectônica” será acelerada, ocasionando mudanças de comportamento nos investidores que incidirá em demandas por mais produtos ESG acessíveis ao mercado.

Em um levantamento feito pela gestora, foram ouvidos 425 investidores, de 27 países, que administram um total de 25 trilhões de dólares. Mais da metade dos participantes (54%) consideram que os investimentos sustentáveis são fundamentais para os resultados. “Esses investidores planejam dobrar a participação dos ativos ESG em suas carteiras, o que elevará o porcentual total de 18% para 37%, em cinco anos. Na Europa, a participação dos ativos ESG na carteira será ainda maior, da ordem de 47%.”

Dentre alguns reflexos já mensurados, nos último anos que foram realizadas as publicações dessas cartas foi detectado que houve aumento de investidores signatários do movimento PRI (Principles for Responsible Investment) – em português, princípios de investimento responsável, que incentiva investidores a reconhecerem a forma mais responsável de aplicar e gerir seus ativos e, a exercitar um novo olhar para o gerenciamento de riscos.

Já é percebido que o impacto destas três letras tem causado mudanças significativas nas agendas de muitos CEOs que declaram assumir o compromisso de incluir este novo tripé de macro dimensões no planejamento e nas atividades corporativas.

Por ESG ser um tema em expansão e desafiador, muitas organizações buscam orientações para saber por onde começar. Considerando a forte demanda por posicionamento, é necessário realizar uma análise inicial dos impactos socioambientais a serem gerenciados. Entre as maiores preocupações em relação a dimensão ambiental estão a gestão de riscos e oportunidades em relação às mudanças do clima. Outros temas como; uso de recursos naturais, valoração e preservação da biodiversidade, ecoeficiência e análise do ciclo de vida (ACV) também são fortemente recomendados a ingressar na agenda ambiental.

No âmbito da dimensão social, temas como; diversidade e inclusão, privacidade e proteção de dados, gestão e relacionamento com partes interessadas pedem por maior atenção – neste caso, o desafio está atrelado a encontrar ferramentas que auxiliem a mensurar os aspectos e impactos categorizados como intangíveis.

A elaboração de HotSpot Analysis (HSA)  fornece resultados que podem ser usados para identificar e priorizar ações potenciais em torno dos impactos e/ou benefícios de ESG.

Os profissionais especialistas envolvidos nos trabalhos diretos celebram que a sustentabilidade tenha se tornado mainstream no ambiente de negócios e ressaltam que estamos no momento dessa jornada em que a tomada de decisão, baseada em riscos e oportunidades ESG é o começo de uma transição que tende a acelerar e ficar.

E a sua organização, como tem recebido e se organizado a esta tendência que virou realidade?