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Economia circular: o que é e por que aplicá-la

Economia circular o que é e por que aplicá-la

A economia circular tem como premissa ser regenerativa e restaurativa por concepção e distingue dois ciclos de nutrientes: o ciclo biológico, que compreende materiais renováveis, como alimentos, solo, energia solar; e o ciclo de nutrientes técnicos, que envolve a gestão de recursos não renováveis, como metais, plásticos e outros materiais sintéticos.

Enquanto vários estudos apontam para uma retomada verde da economia global, na qual a economia circular pode destravar muito valor, a Pesquisa de percepção sobre Economia Circular mapeou que poucas empresas estão de fato implementando o conceito em suas agendas, indicando carência de uma abordagem empresarial que avalie desde a concepção do produto até o final do seu ciclo de vida.

Estudo feito pela consultoria McKinsey em parceria com a Fundação Ellen MacArthur indicou que a implantação de estratégias de economia circular podem ocasionar uma redução de custos de 600 bilhões de euros por ano e mais 1.8 trilhões de euros em benefícios econômicos, apenas na Europa.

– Regenerar: migrar de fontes fósseis para fontes renováveis de energia e materiais; recuperar, reter e restaurar a saúde dos ecossistemas; devolver recursos biológicos recuperados à biosfera. Do CO2 que expelimos e que as plantas absorvem ao fazer fotossíntese, às árvores que morrem e viram adubo para novas plantas, a natureza possui ciclos perfeitos de nutrientes, precisamos restaurar esses ciclos;

– Compartilhar:  novos modelos de negócio como Uber, Airbnb trouxeram a economia compartilhada de vez para nossas vidas. Mas isso é só o começo. O modelo de compartilhamento tem muito ainda a crescer, desde furadeiras a máquinas de lavar roupa, até espaços comerciais por meio de co-working, que devem se tornar cada vez mais comuns, especialmente com a revolução de trabalho digital que a pandemia do COVID nos forçou a fazer;

– Otimizar: aumentar a vida útil dos produtos, permitindo atualizações, reparos, remover resíduos, eliminar embalagens e utensílios desnecessários. A obsolescência programa tem que dar lugar a produtos duráveis e recondicionáveis;

– Ciclar: provavelmente, a ação mais citada quando se fala em economia circular.  Engloba desde a remanufatura de produtos ou componentes e a reciclagem de materiais a outros processos menos conhecidos como digestão anaeróbia e extração substâncias bioquímicas dos resíduos orgânicos;

– Virtualizar: a revolução digital tem tornado possível desmaterializar um grande número de produtos, a exemplo de livros, CDs, DVDs, etc. Assinatura digital de documentos, além de trazer um ganho inestimável de tempo, também evita uso de papel, tinta e necessidade de transporte de documentos;

– Trocar: a aplicação de novas tecnologias, como a impressão 3D, assim como a servitização podem gerar uma demanda por insumo muito menor, com mais eficiência aos clientes finais.

Pode-se notar que são muitas as formas de desenvolver ações de economia circular e que essas mudanças, para além de ganhos ambientais, aceleram a inovação e trazem consigo outros benefícios como ganhos de eficiência, economia de tempo, geração de novos empregos, entre outros.

Precisamos urgentemente mudar o paradigma do consumo baseado no modelo linear de produção (extrair, fabricar, usar, jogar fora) para o modelo circular. Não adotar esse novo mindset é mais do que deixar muito dinheiro na mesa. É colocar em risco nossa própria sobrevivência nesse planeta.

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